A educação passa por uma transformação acelerada, trazida pela tecnologia. Além dos cursos à distância oferecidos diretamente pelas próprias instituições de ensino, plataformas como Khan Academy e Coursera ajudam a democratizar o conhecimento, levando cursos a um público que não tem tempo para aulas presenciais ou que mora longe dos locais que oferecem ensino de qualidade.
A Coursera busca parcerias com universidades de primeira linha nos países em que atua. A empresa oferece cursos online da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Insper.
“A maioria dos brasileiros que entram na Coursera quer aperfeiçoar sua carreira”, afirma Carlos Pessoa, gerente geral da empresa para América Latina. No mundo, 51% apontam essa como a principal razão para fazer cursos online. Por aqui, esse porcentual sobe para 61%. O interesse do restante dos alunos é acadêmico.
Os usuários podem acompanhar os cursos de graça, mas pagam se quiserem fazer avaliação e receber um certificado. A Coursera e a universidade são remunerados pelos alunos pagantes.
Por exemplo, o curso de “Programação Java e Desenvolvimento Ágil“, oferecido pelo ITA na Coursera, tem sete módulos e um projeto final, e custa US$ 208, por exemplo.
O Brasil é o quarto mercado para a Coursera, depois de Estados Unidos, China e Índia. A plataforma tem mais de 700 mil alunos no Brasil, com 62 cursos em português brasileiro ou legendados em português brasileiro, e mais 29 em português europeu. “Os latino-americanos preferem cursos no idioma nativo”, afirma Pessoa.
Assim como em outros países da América Latina, o Brasil tem um problema de infraestrutura de banda larga, que dificulta o desenvolvimento da educação à distância no País. Para contornar essa barreira, os usuários da Coursera podem baixar as aulas no aplicativo do smartphone ou do tablet.
A Coursera oferece principalmente cursos livres, apesar de algumas universidades aceitá-los como créditos. A empresa começou recentemente a oferecer pós-graduação com um MBA completo em parceria com a Universidade de Illinois.
Como ser um aluno online
Carlos Pessoa faz algumas recomendações para quem quiser fazer um curso online e não desistir:
- Comece a se acostumar com o ensino online com um curso mais leve e de carga horária menor. O curso em que tem interesse profissional ou acadêmico pode ficar para uma segunda etapa.
- Convide um amigo para fazer o mesmo curso, com quem possa conversar sobre o conteúdo e que o incentive a cursá-lo até o fim.
- Copie as aulas no tablet ou no celular, para aproveitar bem o tempo e estudar mesmo sem sinal de internet.
- Acompanhe pelo menos uma semana de aulas, para então decidir se realmente tem interesse no curso.
O executivo deu uma última dica, que também faz bastante sentido para a Coursera: “Quem decide pagar pelo curso tem menos chance de desistir dele”.
(Texto publicado originalmente no inova.jor, site de notícias sobre tecnologia e inovação.)