Quem se habituou a conviver com uma obra de Alvaro Siza como o Iberê em Porto Alegre não estranha a quase escultura que é a casa Fez, obra de seu filho, também arquiteto. Projetar sua casa. O ato mais corajoso de um arquiteto, talvez. Ou o mais desafiante. Ser O cliente. Conciliar sua formação e técnica com os sonhos de quem vai habitar o espaço. Não, não pensem que é fácil.
Segundo o próprio Siza Vieira, “o lar é como um laboratório de sonhos que representam os motivos, as idéias e as tensões. As histórias e as emoções condensam o simbolismo que representam as relações humanas. O projeto evoluiu a partir de um processo de desenho livre, como se fosse um palhaço rindo dos problemas, as tensões, os conflitos, os desencontros, os quais foram transformados em abstração geométrica … a afirmação, talvez, de um novo classicismo. Espaços de transição, pórticos, iluminação, maçanetas, portas, corrimões, até mesmo algumas pinturas e mobiliário foram especialmente encomendados, mas eu também coloquei móveis do século XIX da minha família que se encaixam perfeitamente ao ambiente.”
Bonita ? Feia ? Estranha ? Talvez um pouco para cada um. Mas nunca indiferente como não podem ser as obras de grandes autores.